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NOTAS SOBRE HUMOR

Acabei de lançar mais um livro! Notas sobre humor. Essa é a introdução do livro:

O Humor é uma arte. Mas, apesar de ser consumido por quase todo mundo, é produzido por poucos. Mas o que não falta é gente com opiniões fortes, muitas vezes definitivas, sobre as questões que envolvem o humor. Eu, enquanto humorista também tenho as minhas. Algumas dessas opiniões eu juro que tive sozinho, por minha própria conta. Um dia, eu estava pensando sobre um tema qualquer ligado ao humor e pum… surgiu uma opinião! Assim, do nada! Ter trabalhado por mais de trinta anos com humor pode ter ajudado um pouco. Já outras opiniões, eu confesso que não consegui com tanta facilidade, então algumas eu comprei, outras eu aluguei, várias eu roubei, mas não importa como eu as obtive, essas opiniões agora são minhas! Espero que ninguém coloque isso em dúvida, porque não fiquei com nenhum recibo.
Durante algum tempo comecei a anotar algumas dessas minhas opiniões e também comentários, histórias, pitacos, curiosidades e até mesmo interrogações e dúvidas que eu tinha sobre a minha profissão de humorista. No caminho lembrei de vários momentos de meu percurso com o grupo Casseta & Planeta que de alguma maneira ilustravam as questões relativas ao Humor que abordava. As notas começaram a se avolumar e acabei tendo a ideia de juntar todas elas nesse livro, onde falo sobre Humor, um assunto tão vasto e com tantas facetas que certamente acabei deixando muita coisa de fora. E, apesar de estar aqui louco de vontade de fazer alguma piada de fundo sexual sobre o que eu deixei de fora, não vou fazer.
Nessas Notas sobre humor falo sobre todos os tipos de humor: escrito, falado, televisado, mudo, cantado, rimado, filmado, gravado, politizado, isento, bobo, bom, ruim, mais ou menos… E também lembro de experiências que tive em minha carreira de humorista, conto casos que vivi, recordo de algumas histórias da profissão, revelo alguns truques que aprendi, escondo outros, falo sobre as críticas que recebi e também mando as minhas críticas, que eu também mereço dar as minhas cacetadas.
É claro que toco também em todos os temas contemporâneos presentes em todas as discussões sobre Humor, desde o politicamente correto e os limites do humor, até os cancelamentos, passando por lugares de fala e congêneres. Tentei não fugir das polêmicas, mas humorista que sou, sempre arranjei uma piadinha para tentar tirar o corpo fora.
O leitor não precisa concordar com nada do que coloco nesse livro, pode até discordar veementemente de várias de minhas abordagens e opiniões. Mas se mesmo assim ainda quiser discutir comigo, vou logo avisando que vai perder o seu tempo, porque eu já debati internamente várias das questões sobre humor que coloquei nesse livro e mudei de ideia a cada embate comigo mesmo. Ou seja, se ficar enchendo muito o meu saco eu mudo de opinião rapidinho, só para não ter que perder tempo discutindo.
Portanto, parafraseando o genial Groucho Marx:
Essas são as minhas Notas sobre Humor, mas se você não gostou, eu tenho outras.

Nota sobre Notas sobre humor: O livro está a venda nas livrarias. Mas se você quiser o seu exemplar autografado, eu posso enviar para você. É só acessar a Loja desse Blog.

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O QUE SOBRA PARA O HARRY

Não tem para ex-BBB, ex-Casa dos Artistas, ex-ator ou ex-atriz da Globo, em matéria de fofoca, nada como a Casa Real Britânica. Se a monarquia não serve mais para quase nada, ela serve bastante para uma coisa: Assunto.
Pois o assunto do momento é o livro de memórias do príncipe Harry.
O Harry não é mais príncipe, mas as suas aventuras de plebeu não têm a menor graça, o que a galera quer mesmo saber é das baixarias da realeza. E, usando uma palavra que está na moda, o Harry entregou! Dizem que o livro tem sexo, drogas e rock’n roll. E tudo isso dentro da Família real!
Eu já sei um monte de coisas que o Harry revela, porque jornalistas mais afoitos já deram um monte de spoilers. Ainda bem, assim eu não preciso comprar, e, ainda melhor, não preciso ler o livro.
Eu já sei que o Harry fala mal a beça do pai, o rei Charles. Grande coisa, quem é que não fala mal do Charles?
Parece que ele também senta o pau na Camila Parker Bolles. Jura? Que surpresa!
Dizem que o ex-príncipe revela detalhes da sua relação conflituosa com o irmão, futuro rei. Irmãos que brigam? Novidade!
Ele conta algumas histórias, diz que uma vez foi vestido de nazista em uma festa fantasia. Melhor que o tio-avô, que quase foi rei e que se fantasiava de nazista no dia-a-dia.
Harry revela também que cheirou cocaína e que matou 25 pessoas na guerra do Afeganistão. Mas diz que não se viciou, nem em cocaína, nem em matar gente.
O príncipe conta como foi a sua primeira vez, que perdeu a virgindade atrás de um pub. Não sei se revela quem foi a moça. Pelo tom de fofoca do livro, talvez ele também revele como foi a sua última vez com a Megan, espero que com detalhes. Ou talvez ele guarde essas informações para um segundo volume.
Harry reclama que era o quinto na sucessão real e diz que fumava um baseado nos finais de tarde. Será que era para esquecer? Ele diz também que só servia para doar órgãos para o irmão se ele precisasse. Problemático o cara. Haja maconha!
O nome do livro é “O que sobra” e já é um best-seller com mais de 400 mil exemplares vendidos, só na Inglaterra. Pelo jeito, vai sobrar muito para o Harry. Ele está desempregado, está precisando.

MEMÓRIAS – CASSETA & PLANETA TAMBÉM É LITERATURA

Em um determinado momento, lá no início de nossa carreira de grupo de humor, nós resolvemos dar uma organizada interna para conseguir produzir tudo que queríamos. Criamos o que denominados de ministérios. Cada um de nós era responsável por um “ministério”, ou seja, por uma área, DVDS, músicas, livros, etc… O Claudio e o Reinaldo, não entraram nessa divisão, pois já integravam um ministério importante: a redação final do programa, que exigia muito tempo de trabalho. Não me recordo exatamente quais eram os ministérios de cada um, só lembro que o Bussunda fez questão de assumir o Ministério do Ócio e Lazer, cargo que exerceu com muita responsabilidade e competência.
Eu fiquei responsável pelo Ministério dos Livros. Sempre gostei muito de ler e de livros e pulei em cima desse cargo com a fome que um deputado do Centrão tem por um cargo no governo hoje em dia. Nem preciso dizer que não queria o Ministério dos Livros para roubar ou distribuir rachadinhas para a minha família.
Não era eu o responsável por escrever os livros do grupo, mas por produzi-los, ou seja, reunir os textos já escritos, juntar a galera para ter ideias para os livros ou para convencê-los a escrever textos para os livros. Acho que fiz direitinho o meu trabalho porque nós acabamos lançando mais de 20 livros.
Em 1994, já com o Casseta & Planeta Urgente no ar, a editora Record nos procurou. Perguntou se nunca havíamos pensado em lançar um livro. Conversamos sobre que livro poderíamos fazer e veio a ideia de um livro de frases. Como ministro da pasta, assumi o trabalho de organizar o trabalho, saí a caça de frases do grupo em todos os lugares, compilei frases da revista Casseta Popular e do Planeta Diário, nos quadros do programa. Era só algum de nós dizer algo engraçado que eu anotava. Juntei um montão de frases e pensamentos e as dividi em capítulos por assunto. Juntamos o grupo e fomos passando as frases uma a uma, melhorando algumas e descartando outras. Bolamos títulos engraçados para os capítulos e acabamos lançando o Grande livro dos pensamentos de Casseta e Planeta.
O livro foi um sucesso! Vendeu muito bem. Ficamos empolgados e eu, como editor do livro, ainda mais animado que a galera, parti de novo na pescaria por frases que escrevemos, pensamentos que esboçamos, falas de quadros de programa, tudo que pudesse ser transformado numa frase engraçada. Mais uma vez puxei a galera para bolar novas frases e, ainda em 1994, conseguimos lançar mais um livro de frases: O enorme livro dos pensamentos de Casseta e Planeta. Sucesso também.
Em 1994 ainda veio o Manual do Sexo Manual, com textos sobre sexo publicados nas revistas e alguns textos inéditos.
No ano seguinte, seguimos em nossa carreira “literária” e lançamos o Livro místico, esotérico e sobrenatural de Casseta e Planeta, com a ideia de brincar com esse tipo de assunto que andava bombando no mercado editorial na época (na verdade, até hoje esse assunto rende).
Ainda em 1995 juntamos as melhores entrevistas publicadas nas revistas Casseta Popular e Casseta & Planeta e produzimos o livro Casseta & Planeta – Entrevistas, com entrevistas com Caetano Veloso, Jaguar, Gabeira, Paralamas, entre outras.
Por conta principalmente dos livros de frases, que haviam virado best-sellers e que tiveram várias edições, a nossa carreira literária estava de vento em popa. Então, o nosso passe foi negociado com outra editora, a editora Objetiva. Nos sentimos como craques de futebol, só faltou o cachê milionário e as luvas.
(continua no próximo post)

EU AJUDO ELE

Quando eu tinha uns vinte e poucos anos, viajando por uma praia do Nordeste de mochila nas costas, entrei num bar e comecei a conversar com dois caras que estavam por ali. O papo estava animado, os caras eram gente boa e então, num dado instante da conversa, eu perguntei a um deles:
– Me diz uma coisa: o que você faz?
– Como assim? – Ele não entendeu.
– É, o que você faz, você trabalha? Estuda?
– Ah! Eu não faço nada não. – O sujeito respondeu na maior tranquilidade.
– Nada ? – Então perguntei ao outro cara. – E você?
– Eu ajudo ele!
Gostei da sinceridade do primeiro e, principalmente, da resposta do segundo.
O tempo passou e outro dia eu estava batendo papo com uns amigos das antigas pelas redes sociais, caras do audiovisual, assim como eu. A gente não se falava há muito tempo e a pandemia nos aproximou. No meio da conversa eu perguntei a um deles:
– Me diz uma coisa: O que você está fazendo?
– Seriados e literatura.
– Que maneiro !  – Me interessei pela atividade do cara e quis ter informações mais específicas. Perguntei:
– E que projetos você está fazendo nessas áreas?
– Vejo seriados e leio livros!
– E você? – Outro amigo me perguntou.
Lembrei-me imediatamente da resposta que recebi tantos anos atrás e respondi, na lata:
– Eu ajudo ele!

MAIS 20 FATOS SOBRE AS MINHAS MANIAS DE LEITURA

Aí vai a continuação da minha lista:

21- Não leio bebendo vinho. Para mim isso não faz sentido, na segunda taça você não está mais entendendo porra nenhuma. Prefiro beber água.
22- Nem todo livro te acrescenta alguma coisa. Alguns são apenas entretenimento, e não há nenhum problema nisso.
23- Para mim, quase sempre o livro é melhor que o filme.
24- Tenho dificuldade para ler autores russos porque confundo os nomes dos personagens.
25- Autoajuda só autoajuda os autores de livros de autoajuda.
26- Livro com letra muito pequena não dá.
27- Não marco página usando a orelha do livro porque descaralha o livro todo.
28- Antigamente gostava de ler deitado. Hoje em dia, eu prefiro ler sentado em uma boa poltrona.
29- Fico puto quando me perguntam sobre um livro que eu acabei de ler não faz nem dois meses e não me lembro de nada. Mas acontece.
30- Leio livros de amigos quando me pedem e dou a minha opinião: adorei! Por isso não confio nas opiniões dos amigos sobre os meus livros.
31- Tenho muita dificuldade para sugerir livros. Acho o meu gosto meio maluco e fico com medo da pessoa não gostar do livro. Mas acabo sugerindo.
32- Não gostava de receber livros de presente, achava que só eu sabia os livros que eu queria ler, e que eu mesmo deveria comprar. Mas mudei de opinião, hoje em dia gosto de receber livros de presente, é uma maneira de mudar de ares.
33- Adorava comprar livros em sebos. Hoje em dia não consigo saber se tenho ou não o livro e acabo comprando livros repetidos.
34- Como não tenho saído de casa para ir a livrarias por conta da pandemia de coronavirus, andei lendo muitos e-books. Estou me adaptando e gostando.
35- Na verdade, e-books são bons para levar em viagens. O kindle não ocupa espaço.
36- Qual é a melhor hora do dia para ler? Não sei, de manhã , de tarde e de noite.
37- Muitas vezes depois de velho a gente passa a gostar de uma comida que odiava quando jovem. O gosto muda. Com os livros é assim também.
38- Não leio todos os livros que compro. Nem todos os livros que ganho de presente. E confesso que também não leio todos os livros de amigos que vem com dedicatória.
39- Volta e meia entro em devaneios enquanto estou lendo alguns trechos mais densos e não tenho ideia do que li. As vezes volto e leio de novo, mas outras vezes apenas sigo em frente.
40- Conheço algumas pessoas que só leem livros de Não Ficção. Já eu acho que Ficção é fundamental.

20 FATOS SOBRE AS MINHAS MANIAS DE LEITURA

Não precisa concordar nem discordar, são só algumas manias que reparei que tenho sobre livros e leituras:

1- Leio de 4 a 6 livros por mês.
2- Leio 2 ou 3 livros ao mesmo tempo: um de ficção, os outros dois de não ficção, mas tem que ser de assuntos diferentes.
3- Assuntos preferidos: Romances, história, literatura, cinema, filosofia, biografias, ciências, humor… Acho que são esses os mais lidos, mas leio qualquer porra que por um minuto tenha me interessado.
4- Não posso passar na frente de uma livraria que entro. Antes da pandemia ia mais de uma vez por semana a uma livraria. Estou sentindo falta disso.
5- Compro uns 5 livros por mês. As vezes passo desse número. Tenho tentado diminuir a minha ânsia compradora.
6- Leio cerca de 70% dos livros que compro.
7- Os meus livros estão catalogados.
8- Gosto de emprestar livros. Minha política é: devolveu, leva outro. Não devolveu, não tem mais.
9- Preciso de silêncio para ler. Televisão e música me atrapalham. Mas consigo ler em aeroportos, rodoviárias e salas de espera.
10- Tem uma porrada de livros que li e que não lembro mais nada. Mas se já li, mesmo que há muito tempo, dificilmente leio de novo. Estou tentando mudar isso e reler alguns livros mais importantes.
11- Não dobro a ponta das páginas para marcar onde parei a leitura. Uso marcador de livros ou qualquer papel que esteja perto.
12- Não faço anotações nos livros, não sublinho trechos, não faço nenhum tipo de rabisco em nenhum livro.
13- Quase não leio livros de poesia. Queria mudar isso.
14- As vezes abandono a leitura de alguns livros. Mas já teve caso de retomar a leitura e gostar do livro. Dificilmente abandono depois de ter lido a metade do livro.
15- Livros muito grosso tem que se garantir. Se o livro é muito grande, as vezes paro a leitura e retomo algum tempo depois.
16- Toda vez que viajo para o exterior, principalmente países de língua inglesa ou espanhola, prometo que não vou comprar muitos livros, mas acabo trazendo toneladas de livros.
17- Acho que compro livros todas as semanas.
18- Se o capítulo é muito grande e eu quero parar a leitura, paro no primeiro parágrafo da página par.
19- Gente que dobra a capa do livro, como se ele fosse um caderno, arrebentando com a encadernação tem o meu total desprezo.
20- Acho estranho demais pessoas que leem em pé, ou pior ainda: andando!

E o pior é que a lista não acabou…