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PALAVRES, PALAVRXS E PALAVR@S

A moda de falar TODES para incluir todes es genêres, em vez de ser inclusiva acaba sendo exclusiva. Porque se temos o TODOS, O TODAS e agora o TODES, como é que ficam o TODIS e o TODUS? Por que o Todis e o Todus ficaram de fora? Quer dizer, de foro, ou melhor, de fore?
Assim como a gente brincava da língua do P quando éramos crianças, alguns adultos querem brincar da língua do E. Assim todes es pessoes podem ser incluídes nes converses porque todes es gêneres estãe representades nesse palavre. O problema é que quase ninguém entende o que eles falam. Opa! O eles ficou no masculino mesmo tendo um “e”! Tá, então elxs nãe entendem.
Pois é, também existe a língua do X. É nela que se encontram os amigxs. Mas amigxs também acaba excluindo. Onde é que ficam todas as outras consoantes? Por que só o “x” pode fazer parte dxs suxs amizadxs? E os amigbs, amigcs, amigds, amigfs e todo o resto, onde é que ficam?
E ainda tem a língua do @. Quem chama de amig@s, também acaba criando um problema de gênero, mesmo sem querer, já que o arroba não é tão neutro quanto parece. O @ é escrito com um “a” dentro de um círculo, portanto os orrobas (“o” dentro de círculos) estão excluídos. O certo para se manter neutro seria usar um erroba (“e” dentro de um círculo). Para não falar dos irrobas e urrobas.
Mas tudo isso não me parece ajudar em nada na luta contra o preconceito, acaba sendo uma tremenda forçação de barra. Aliás, Forçação é uma palavra tão forçação de barra que tem dois cês cedilhas. Ou cê cedilhes, cê cedilhxs e cê cedilh@s.