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MEMÓRIAS : FAMOSOS NO CASSETA & PLANETA

Foram muitos os convidados que foram ao nosso programa. Mas é claro que alguns convidados chamaram mais atenção, ou porque eram muito famosos, ou porque era inusitado aparecerem em um programa de humor, ou porque fizeram algum quadro muito diferente. Toda vez que se sabia que algum convidado iria ao Projac gravar com agente, já havia uma mobilização de gente para ver a gravação. Apareciam pessoas de outras produções para assistir a gravação, o próprio pessoal da produção levava gente para ver e muitas vezes, nós mesmos levávamos algum conhecido que queria muito ver o famoso.
Dos convidados muito famosos, acho que o Pelé foi o que angariou mais expectadores extras. A gravação, mesmo dentro do Projac, foi complicada tal a quantidade de gente que queria ver o Rei. E o Pelé gravou super bem os quadros que escrevemos para ele, como se estivesse em casa. O Edson também se mostrou bem a vontade.
A Xuxa também causou alvoroço, estava no auge do sucesso quando foi ao programa. Uma criançada apareceu do nada para ver as gravações.
Sandy e Junior gravaram várias vezes com a gente. Sempre com muita gente presente para ver a dupla.
Os pais deles, Chitãozinho e Xororó também gravaram com a gente.
Alguns convidados foram mais de uma vez ao programa, como Romário, Ronaldo Fenômeno, Ivete Sangalo, Zezé de Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Regina Casé, Zeca Pagodinho, Xuxa, Luciano Huck, Angelica… A lista é grande.
Fernanda Montenegro nos deu a honra de ir ao programa e foi hilário.


Da música, recebemos do rock ao sertanejo, da MPB e do pop à música brega: Caetano, Rita Lee, Skank, Raimundos, Charlie Brown Jr, J.Quest, Lulu Santos, Reginaldo Rossi, É o Tchan, Bruno e Marrone, Zezé diCamargo e Luciano, Leonardo, Daniel…
Quando a gente entrou na TV, no TV Pirata, arrumamos uma treta com o Chico Anysio. Anos depois, Chico Anysio foi ao programa e desfizemos quaisquer rusgas que tínhamos, foi muito bom.
Outro cara que teve problemas com a gente, o Rubinho Barrichello também acabou indo ao programa e a gravação se deu num clima super tranquilo. Ele foi super simpático. Acho que depois ele esqueceu disso, porque voltou a falar mal da gente.
Praticamente todo mundo que fazia sucesso acabava batendo o ponto no programa. Alguns que apareceram por lá eu nem sei onde foram parar. Lembram de Mauricio Manieri, Karametade, Rodrigo Dourado do BBB, Pepe e Neném?
Alguns convidados foram completamente inusitados, como o economista Armínio Fraga que topou fazer um motorista de táxi.
Alguns famosos nós gostaríamos muito de ter levado ao programa, mas não conseguimos. Um deles foi o Guga, o tenista, que nunca topou ir. E o outro que sempre quisemos que fosse, mas não conseguimos levar foi o rei Roberto Carlos. Fizemos várias investidas, mas ele sempre foi arisco. Me lembro de ter ido a um show do rei com o Helio para convidar ele para o programa. Depois do show fomos ao camarim falar com o rei, que nos recebeu super bem, gostou do convite e garantiu que ia no programa. Mas não rolou. Teve um momento que achamos que ele ia, chegamos a escrever o texto para a participação dele no programa, mas ele acabou desmarcando.
As vezes a gente escrevia quadros especiais para os convidados, mas outras a gente fazia algum episódio de algum personagem com a participação do famoso. Foi assim com Acarajette Lovve, que recebeu Ivete, Claudia Leitte, Daniela Mercury e até a Joelma da Banda Calipso.
O Tabajara Futebol Clube também recebeu vários convidados, desde Romário e Ronaldinho, até Vanderley Luxemburo e Joel Santana.
Mas a maior participação por metro quadrado de famosos no programa, se deu na campanha do Pum, mais de vinte celebridades foram ao Projac para cantar com a gente o jingle da campanha, cujo refrão dizia:
Não solte pum no elevador
O ar eu eu respiro
Não pode ter nenhum fedor.
Sem falar dos convidados internacionais, mas isso é assunto para outro post.

MEMÓRIAS: FUCKER & SUCKER, UMA DUPLA DE DOIS TIRAS

A polícia brasileira e seus métodos heterodoxos sempre foi tema para o Casseta & Planeta. Fizemos dezenas de quadros sobre esse assunto, principalmente por sermos cariocas e o Rio de Janeiro ser uma das cidades mais violentas do país, ou pelo menos, a cidade onde as tragédias policiais mais repercutem país a fora.
A ideia do quadro era confrontar dois policiais americanos, supostamente honestos e cumpridores de seus deveres, com um policial brasileiro totalmente corrupto. Os dois “tiras” vêm fazer um intercâmbio no Brasil e caem justamente numa delegacia ultra-corrupta comandada pelo personagem do delegado.
O nome completo da série era “Fucker & Sucker – uma dupla de dois tiras (A pair of two double cops)”, uma brincadeira com as antigas séries de policiais americanos. Os nomes dos atores que faziam Fucker e Sucker também eram fictícios – Johny de Bruce e Chuck Smegman. A piada começava no nome dos policiais gringos: Fucker e Sucker. A segunda piada era que eles eram dublados. Coube ao Hubert e ao Reinaldo essa moleza, um papel em que não precisavam decorar nenhuma fala. Já o papel que tinha falas para decorar era meu, o delegado corrupto, que falava bastante. Aliás, esse personagem nem nome tinha, ele era conhecido apenas como “delegado”, e eu sempre gostei muito de interpretá-lo. Na época eu inclusive sabia que o Fucker era o Hubert e o Sucker era o Reinaldo. Ou seria ao contrário?
Um dos destaques desse quadro eram as dublagens de Fucker e Sucker que eram feitas por dois craques das dublagens: o Marcio Simões, que fez o Gênio de Aladim, dublava o Fucker; e o Mauro Ramos, que fez o Pumba de Rei Leão, fazia o Sucker. Ou seria ao contrário?
As dublagens muitas vezes eram feitas na própria gravação do quadro, quando os dois geniais dubladores, ficavam do lado de fora da cena, dando as falas , enquanto o Reinaldo e o Hubert apenas mexiam a boca. Já eu tinha que decorar mesmo as falas. “Oh, fezes!” – como diria Fucker. Ou seria Sucker?
A série fez muito sucesso , foram dezenas de quadros onde quase sempre o carro de Fucker e Sucker era roubado e eles acabavam atrapalhando os “negócios” do Delegado, um precursor das milícias, muito antes do Tropa de elite 2.
Vários convidados participaram da série. Me lembro bem da Tiazinha, que enlouquecia a galera na época e enlouqueceu todo mundo na gravação. Mas os convidados mais famosos, foram os integrantes do Deep Purple. Quando Ian Gillan, o vocalista do Deep Purple ouviu o nome dos personagens da série, ele se mijou de rir. Eu, como um fã incondicional do grupo, fiquei bobo, meio estupefato vendo os meus ídolos , na minha frente, tocando “Smoke on the water”. Fiquei tão embasbacado, que quando a gravação da música acabou, o diretor me chamou para a próxima cena, mas eu permaneci ali de boca aberta. Ele então gritou:
– Beto, mexa esse traseiro gordo! – Como diria Fucker. Ou seria Sucker?

TERRY CREWS NO CASSETA & PLANETA

Eu estava na aula de inglês, quando o professor, que era irlandês, perguntou aos alunos se alguém já tínha encontrado alguém famoso. Os outras alunos e alunas falaram sobre os seus encontros, mas o professor, por ser irlandês não conhecia muito bem as celebridades citadas, todas brasileiras. Eu fiquei pensando em quem falar, eu já tive contato com um monte de gente famosa, por conta do Casseta & Planeta. Quem eu citaria? Fiquei pensando em personalidades que o professor pudesse conhecer. Lembrei do Deep Purple, meus ídolos eternos, que foram ao programa, mas achei que o professor, por ser bem mais novo que eu, poderia não ser tão fã assim do grupo de rock, então resolvi apontar para outro lado. Quando chegou a minha vez, eu caprichei no inglês e falei:
– Eu já estive com o Terry Crews.
– Sério! O Terry Crews do cinema?
– É, ele mesmo.
O cara ficou doido. Ele era muito fã do Terry Crews. Começou a me fazer perguntas, queria saber tudo, como eu encontrei, o que falamos, tudo! Então eu contei que eu estava na academia de ginástica e o Terry Crews apareceu por lá pra malhar. Ele estava gravando no Brasil, acho que era o Velozes e furiosos. Eu e Helio estávamos jogando pelada no campo da academia e tivemos a ideia de ir lá falar com o cara, convidar ele pra ir no programa. Vai que ele topa? Fomos lá, nos apresentamos, falamos do Casseta & Planeta Urgente, explicamos que tipo de programa era. O cara foi super simpático e adorou a ideia de gravar um quadro no programa. Gente boa demais! E foi verdade, não era caô, ele topou mesmo gravar no Casseta & Planeta. E foi lá no seu dia de folga da filmagem. De graça!

Eu contei isso tudo pro professor, que ficou animadíssimo. Queria saber como foi a gravação.
Aí eu disse que , se ele quisesse assistir a cena, talvez ela estivesse na Internet.
E o danado do professor achou o quadro na Internet. E começou a passar na aula.
Foi então que eu me lembrei qual era o papel que eu fazia no quadro. Eu era uma senhora que estava louca por sexo e subia pelas paredes, literalmente. E chamaram o Terry Crews pra me tirar de lá. O professor ficou animado quando viu o Terry Crews. Eu já havia dito na aula que trabalhava na TV , mas o professor não tinha muita ideia do que eu fazia. Então ele me viu na cena, ele deu um pause e perguntou, meio estupefato:
– Você é essa?

E eu tive que admitir que aquela senhora histérica, que gritava que queria sexo e subia pelas paredes era eu mesmo. Um mico leão dourado em plena aula de inglês! Na verdade, um Golden Lion Little monkey.

MEMÓRIAS : AS NOVELAS DE CASSETA & PLANETA

Desde o início brincamos com a programação da Tv e era natural parodiar as novelas. Começamos a fazê-lo ainda na época do programa mensal, mas as nossas brincadeiras ainda eram curtas, quase sempre apenas chamadas de novela. Quando o programa passou a ser semanal, passamos a escrever capítulos da novela, com três ou quatro cenas parodiando cenas que haviam ido ao ar na novela original. No início não exibíamos o quadro da novela em todos os episódios do programa, apenas de vez em quando. Mas as nossas novelas foram fazendo muito sucesso, começamos a exibir a paródia de duas em duas semanas, até que o capítulo da nossa novela passou a acontecer semanalmente.
A novela era sempre o primeiro quadro do programa, para “colar” com a novela original, quase como se fosse uma continuação. E isso dava uma força muito grande a esse quadro.
Para poder conhecer os personagens e a trama da novela, a gente assistia aos capítulos. E contávamos com a ajuda de uma equipe de pesquisa que toda semana nos mandava um resumo da novela das 9, igual ao que saia nos jornais. A partir dessas informações nós escrevíamos o capítulo. Um dia, depois de já termos parodiado várias novelas, nós estávamos na redação quando chegou o email com a pesquisa da semana, mas dessa vez o resumo da novela não veio. Ao invés do resumo, nós recebemos o roteiro do capítulo que ia ao ar no dia do programa. Inteiro, com todas as cenas. A autora que autorizou mandar o roteiro pra gente foi a Gloria Peres, que era fã da nossa paródia, ela entendeu que a nossa parodia não sacaneava a novela, pelo contrário, era positiva para a novela original. A partir desse momento passamos a receber os roteiros de todas as novelas.
Além de Gloria Perez, quase todos os autores de novelas curtiam o que a gente fazia. Manoel Carlos, Aguinaldo Silva, Gilberto Braga…
A escalação dos papéis nas novelas era feita pelo José Lavigne, o diretor do programa. Nenhum de nós pedia papel e não me lembro de reclamações quanto aos personagens que cada um recebia. Cada um de nós fazia dois a três personagens por novela, masculinos e femininos, uns mais e outros menos importantes. A ideia não era imitar o personagem original, mas fazer uma caricatura, pegar apenas alguns traços e jeitos do personagem e ampliar. E a caracterização ajudava a tornar os nossos personagens parecidos com os originais.
Muitos personagens da nossa novela fizeram muito sucesso. Algumas vezes, quando encontrávamos alguns atores no Projac eles nos cobravam:
– Eu não apareci na novela ontem!
Ou pior:
– Vocês não vão parodiar o meu personagem?

Pois é, as paródias que fazíamos das novelas da 9 foram um dos maiores sucessos do Casseta & Planeta Urgente.
Uma lista das novelas que fizemos:
Porco dourado (Corpo Dourado)
Torre de Papel (Torre de Babel)
Suado moreno (Suave veneno)
Falha Nostra (Terra Nostra)
Esculachos de família (Laços de família)
Porco com vinagres (Porto dos milagres)
Siliclone ( O clone)
Mulheres recauchutadas (Mulheres apaixonadas)
Famosidade (Celebridade)
Sem hora pro intestino (Senhora do destino)
Amerréca (América)
Baleíssima (Belíssima)
Plásticas da vida (Páginas da vida)
Paraíso do bilau (Paraíso tropical)
Suas taras (Duas caras)
A periquita (A favorita)
Com a minha nas índias (No caminho das Índias)
Vim ver artista (Vida de artista)
Viver ardida (Viver a vida)

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MEMÓRIAS: MEUS PERSONAGENS NO CASSETA & PLANETA

Durante os quase vinte anos do programa Casseta & Plaenta Urgente, eu fiz centenas de personagens, de todos os tipos e gêneros.
Certamente o meu personagem, ou minha personagem, que mais fez sucesso foi a Acarajette Lovve, cantora de axé baiana retada, que se achava a melhor cantora de axé do mundo. Do mundo só não! Da Bahia! (Já falei sobre Acarajette aqui, neste post EU JÁ FUI UMA DIVA DO AXÉ…)
Outro personagem que fiz e que, particularmente gosto bastante, foi o Delegado do Fucker e Sucker. O personagem era chamado assim, só de Delegado. Ele era um policial altamente corrupto e cruel, que fazia contraponto aos ingênuos policiais americanos, que eram feitos pelo Hubert e Reinaldo e dublados pelos incríveis… Foi caracterizado como Delegado que eu gravei com o Deep Purple, ídolos demais e quase não consegui segurar a onda para fazer o Delegado, sempre escroto e cruel, eu parecia uma criança diante de seus ídolos.
Um personagem que muita gente lembra até hoje é o Peludão da Sauna Gay. Ele nem era para ser um personagem. Nós escrevemos um quadro sobre um sujeito , o Wanderney, que frequentava uma sauna gay, mas não assumia a sua condição homossexual. O escalado para o papel foi o Hubert. Na hora da gravação, o diretor não achou legal que o Hubert fosse o único dos Casseta a participar do quadro ao lado de vários figurantes e pediu para um outro Casseta participasse também. Eu fui escalado. O personagem não tinha falas, nem nome. Na hora da gravação eu fiquei lá atrás do Hubert, fazendo massagem nos seus ombros, enquanto ele falava:
– Eu só tenho amigos gays, frequento a sauna gay, mas eu não sou gay!
O quadro fez muito sucesso e resolvemos escrever mais. O meu personagem virou fixo e ganhou um nome por conta do meu corpo um tanto cabeludo. Era o Peludão. Aos poucos o Peludão acabou ganhando falas também. O quadro durou muito tempo, e até convidados famosos frequentaram a Sauna Gay.
Na época que fizemos quadros para o Fantástico, cada um de nós personificou um jornalista famoso da Globo. Foi aí que surgiu a Chicória Maria, a Ótima Bernardes, e no meu caso , o Alexandre Gracinha (Alexandre Garcia) , por conta da minha barba, que na época tinha que ser pintada de branco e também a Leilane Beckenbauer (Leilane Neubarth), em que, ao contrário, a minha barba tinha que ser “escondida”.
No Tabajara Futebol Clube ( ver aqui O TABAJARA FUTEBOL CLUBE…), eu era o Wanthuirson, um veterano jogador, ao lado do maravilhoso personagem do Bussunda, o Marrentinho, e do Penico , do Reinaldo, além do Ruizinho, Ruinzinho Gaucho, Samambaia, Múmia, Pirata, do goleiro Águia e da craque do time, a Vaca.
Wanthuirson, um jogador em final de carreira há vários anos, tentava sempre dar o seu ponto de vista e dizia:
– Ouça a voz da experiência…
Mas Marrentinho fazia exatamente o contrário do que ele sugeria.
No inicio do programa, ainda no programa mensal eu fui, junto com o Helio, um dos Bananas de Cueca , uma paródia aos Bananas de Pijamas, cuja música tema era:
Bananas de Cuecas
Sujas, mal lavadas
Bananas de Cuecas
Não arrumam namoradas…
Outra paródia de programa infanti foram os Cassetubbies, uma sátira ao programa Teletubbies, que fazia sucesso com as crianças. Eu o fazia o Cassetubbie Baba.
E nas novelas que parodiamos fiz muitos personagens. Muitas vezes o personagem do Toni Ramos caia na minha mão, pelo mesmo motivo que fui o Peludão. Foram dezenas de personagens de novelas. Uma das que mais arrancou risadas certamente foi a Gema, de Passione, que na novela original era a Araci Balabarian. A nossa novela se chamou Pegassione. Toda vez que alguém falava com a personagem, terminava a frase com o nome dela: Gema.
E então eu atendia o pedido e gemia:
– Ahaaaann!
Devo estar esquecendo de alguns personagens, foram muitos. Fora os personagens fixos, foram centenas, talvez milhares de personagem que participavam de um programa e nunca mais apareciam.
Fui desde um pacato cidadão a prefeitos ou outras autoridades, desde gerentes de banco a assaltantes, desde donas de casa a executivos. Devem ter sido uns 50 policiais diferentes, uns 40 meliantes, uns 150 deputados corruptos e até um deputado honesto. Na verdade agora , pensando aqui, eu não tenho muita certeza se esse último personagem realmente existiu.

MEMÓRIAS : EU JÁ FUI UMA DIVA DO AXÉ

Quando gravava o Casseta & Planeta Urgente, ficar duas horas sentado numa cadeira de maquiagem era algo normal. E quando a personagem era feminina, as horas se multiplicavam. Imagina o trabalho que dá para transformar um cara peludo como eu em algo que se pareça minimamente a uma fêmea? E a personagem feminina que mais fiz no programa e que, portanto, me deixou mais horas sentado numa cadeira de maquiagem foi a Acarajette Lovve, com dois tê e dois vê, a maior cantora de axé do mundo. Do mundo só não. Da Bahia!
Acarajette Lovve foi uma personagem que fez sucesso assim que foi ao ar pela primeira vez. Como a resposta do público era muito boa, achamos que dava para convidar as cantoras baianas para gravar com Acarajette, e, incrível, todas elas toparam. Acarajette gravou com Claudia Leitte, Ivete Sangalo e Daniela Mercury, além de outras cantoras não baianas como Joelma ou roqueiras como Pitty. Acarajette ficava lá xingando as cantoras, dizendo que era mais bonita, mais gostosa e que cantava melhor e elas entravam na brincadeira e respondiam na mesma moeda. Era divertido. Eu curtia bastante.
Quando chamamos Ivete Sangalo para gravar com Acarajette, ela disse que topava, que queria muito gravar com Acarajette, mas a sua agenda estava complicada. Como ficou difícil conciliar uma data para a gravação no Projac, a produtora de Ivete nos fez uma proposta:
– Acarajette topa participar do show da Ivete no Rio de Janeiro?
– No Rio? Claro! – a produção do programa respondeu sem pestanejar. – E em que teatro vai ser o show?
– Não vai ser em teatro não. Vai ser em cima de um trio elétrico.
– Como assim num trio elétrico? Nós não estamos no carnaval.
– A Ivete vai dar um show num trio elétrico no estacionamento do Riocentro. Acarajette topa subir no trio elétrico com ela?
Eu sou um cara tímido, nunca toparia subir num trio elétrico diante milhares de pessoas, mas Acarajette não era tímida e topou na hora.
O dia da gravação chegou. Como não dava para maquiar no Riocentro, a produção marcou comigo no Projac. Fiquei pronto, travestido de Acarajette com umas quatro horas de antecedência. Então, um carro da produção me levou ao Riocentro, e lá no estacionamento encontramos o trio elétrico da Ivete, parado diante de uma multidão.
O palco do trio elétrico normalmente fica em cima da caçamba do caminhão. Chegamos por trás e entramos dentro da caçamba, onde existia um camarim. Ivete já estava lá, preparando-se para o show. Ela me recebeu super bem, muito simpática, senti uma solidariedade de cantoras baianas. Ivete explicou como seria a minha entrada, que horas eu entraria no palco, ou melhor, quando eu subiria no trio. Passei o texto com Ivete.
O show começou e eu fiquei esperando ali embaixo escutando Ivete cantar os seus hits. Até que, com uns quarenta minutos de show, ela me chamou ao palco:
– E agora com vocês, uma convidada muito especial: Acarajette Lovve!
Subi as escadas que davam acesso ao palco na parte de cima do caminhão. Quando cheguei lá e vi a plateia, gelei. Eram mais de vinte mil pessoas. Gente a perder de vista, uma multidão sem fim. Respirei fundo e mandei:
– Boa noite. É uma honra para mim, Acarajette Lovve, estar aqui para ajudar essa cantora iniciante, Claudia leite…
Ivete se fingiu de irritada e me corrigiu:
– Não, Cacarajette! Eu sou Ivete , minha linda.
– Ah, é Ivete seu nome? Desculpa, não conhecia…
Ficamos assim nos provocando por uns cinco minutos, o povo delirando. Até que Ivete resolveu incitar as 20 mil pessoas a gritar o meu nome:
– Acarajette! Acarajette! Acarajette!
E foi aí que aconteceu. Vinte mil pessoas gritando o meu nome. Naquele momento, depois de mais de quatro horas vestido daquele jeito, eu nem me lembrava mais que era o Beto Silva, eu era Acarajette. E estava fazendo o maior sucesso! E sucesso, como todos sabem, sobe à cabeça. Eu sou um cara tranquilo, que sabe onde tem a cabeça, mas Acarajette não. Ela estava completamente deslumbrada, por sua cabeça mil pensamentos rolavam: Será que aquele era o momento de largar o Casseta & Planeta e virar uma cantora baiana de vez? Que tal realizar o sonho do trio elétrico próprio e desfilar pelas ruas de Salvador no carnaval? Já pensou gravar um CD e viajar pelo Brasil fazendo shows em cima do meu personal trio elétrico? Tudo isso passou pela cabeça de Acarajette Lovve em milésimos de segundos. Mas então aconteceu outra coisa: Eu esqueci o texto. Viajando na carreira-solo de cantora de axé, eu não lembrava mais as minhas falas. Fiquei calado, deu uma bobeira geral. Ivete já havia falado à beça, agora cabia a mim responder e nada! O sonho de seguir na carreira de cantora baiana se esvaneceu na velocidade da luz e agora eu só tentava encontrar um texto perdido em algum lugar de meu cérebro. Precisava falar alguma coisa, mas nada vinha! Fiquei nervoso. Comecei a suar frio. Achei até que desmaiaria ali em cima do trio elétrico diante de vinte mil pessoas. Mas Graças a Deus não cheguei a pagar mico naquela noite. Depois de alguns poucos segundo, que para mim pareceram uma eternidade, finalmente achei a fala num neurônio perdido qualquer e gritei:
– Eu sou Acarajette Lovve! A melhor cantora do mundo! Do mundo só não! Da Bahia! Uma cantora que além de cantar muito melhor, tem as pernas mais grossas do que Ivete, que tem só esses cambitinhos ridículos!
Ivete respondeu a altura. Sacaneou Acarajette e dessa vez, pediu uma vaia à plateia, que a atendeu. Sob uma vaia de vinte mil pessoas, eu me despedi do público. A multidão voltou a aplaudir Acarajette e eu sai de cena. Desci as escadas rapidinho e voltei para o camarim na parte de baixo do caminhão. Chegando lá, a primeira coisa que fiz foi arrancar a peruca que já estava apertando a minha cabeça há mais de quatro horas. Peguei um lenço umedecido e tirei a maquiagem. Tirei a roupa da Acarajette, deixei de ser a musa de pernas grossas da Bahia, a sensação loura do carnaval baiano e voltei a ser só aquele cara do Casseta & Planeta. Mas posso dizer que, pelo menos por alguns minutos, em cima de um trio elétrico, ao lado de Ivete Sangalo, eu me senti uma verdadeira diva da axé music!

MEMÓRIAS – CASSETA & PLANETA VIRA SEMANAL

No final de 1997, início de 1998, a Tv Globo passou por uma mudança radical. O todo-poderoso Boni saiu da empresa e no seu lugar entrou a Marluce Dias, o que teve reflexo em muitas áreas da empresa. Para comandar a programação da emissora, A Marluce chamou o Daniel Filho. Aguardamos apreensivos o que mudaria na nossa situação, até que um dia nós fomos chamados para conversar com ele. Não sabíamos o que vinha, mas por outro lado, o programa fazia sucesso e isso nos deixava confiantes.
Me lembro que o Daniel Filho nos recebeu na hora do almoço. A reunião foi curta. Ele disse que o programa estava indo bem e que tinha uma proposta para a gente: que o programa fosse semanal com a duração de trinta minutos, as terças-feiras depois da novela. O que a gente achava? Topamos na hora. Quando saímos da sala, um olhou para o outro e todos perguntamos: Será que dá?
Uma coisa é fazer um programa mensal de 45 minutos, outra é fazer um programa semanal de 30 minutos quando as mesmas pessoas que escrevem o programa são as que atuam nele. Passamos um tempo discutindo qual era a melhor maneira de fazer caber tudo o que precisávamos fazer em uma semana. Como escrever e gravar um programa de segunda a sexta? A primeira resolução foi parar de fazer tudo que tínhamos além do programa. Dedicaríamos todo o nosso tempo ao Casseta & Planeta Urgente. Não teríamos mais o Plantão do Fantástico, nem shows, nem revistas. Só o programa.
Chamamos mais redatores para ajudar a escrever o programa. Continuamos escrevendo, mas recebíamos também colaborações para conseguir colocar 30 minutos de piada-piada-piada, sem muita pausa para respirar, que era o objetivo do programa. Formamos uma ótima equipe de redatores, que ficaram com a gente por muito tempo. Alguns desses redatores estão na Globo até hoje, escrevendo até novela.
Então ficou combinado que a gente gravaria as segunda e terças e a redação seria as quartas, quintas e sextas. Na segunda-feira eram gravadas as atualidades, que iriam ao ar no dia seguinte, o que fazia com que o programa ficasse atualíssimo. Como éramos os redatores do programa, havia a possibilidade de mudar o texto até o último segundo antes da gravação. E até de incluir textos sobre assuntos do fim de semana. Na terça eram gravados os quadros mais “frios”, que poderiam entrar no ar qualquer dia. Esse esquema durou todos os 13 anos em que o programa ficou semanalmente na grade.
E resolvemos também que era preciso criar quadros fixos no programa, não dava para fazer do mesmo jeito que era o mensal, com matérias jornalísticas. Foi assim que começaram a surgir os personagens que marcaram tanto o programa. E também a paródia da novela, aproveitando que o programa começava assim que a novela encerrava.
O Casseta & Planeta Urgente estreou em abril de 1998 e… funcionou! Ficamos no ar todas as terças-feiras depois da novela até 2010.

MEMÓRIAS – É PRO FANTÁSTICO?

O primeiro ano do Casseta & Planeta Urgente mensal fez sucesso. Aos poucos o povo foi se acostumando com a nossa maneira de fazer jornalismo mentira, humorismo verdade. Passamos no teste. Seguimos pelo segundo ano fazendo parte da Terça Nobre. E depois pelo terceiro. E ainda por mais três. O programa mensal foi até 1997.
Nos primeiros anos do Casseta & Planeta Urgente no ar, o presidente do Brasil era o Itamar Franco, que no programa virou o Devagar Franco, sempre acompanhado de sua arisca tartaruga de estimação, a Flexa. O Reinaldo personificava o Devagar e sempre que fazíamos uma entrevista com o nosso presidente , ele perguntava:
– É pro Fantástico?
– Não, é pro Casseta & Planeta. – Respondia um dos nossos repórteres.
Pois em 1995, dois anos depois de estar no ar, fomos chamados para participar do Fantástico. Mas não pudemos mais responder positivamente para o Devagar, porque o presidente aquela altura era o Fernando Henrique Cardoso.
O nosso quadro no Fantástico era o Plantão Casseta & Planeta, duas ou três quadros curtos que entravam durante o programa dominical. Agora a gente apareceria todas as semanas para o público e ficaríamos mais conhecidos. Para diferenciar do programa que ia ao ar mensalmente, resolvemos parodiar o Fantástico, usando os repórteres do programa. Assim surgiram vários personagens como Chicória Maria (Helio), Leilane Beckenbauer (eu), Mauricio Kibrusco (Claudio Manoel), Pedro Miau (Madureira), Jeca Camargo (Bussunda), Ótima Bernardes (Reinaldo), Alexandre Gracinha (eu), Celso Fritas (Hubert), Cassandra Iceberg (Claudio Manoel), Corisco José (Hubert) e outros. Acho que todos os repórteres da Globo na época foram homenageados com um personagem nosso. Não sei se todos os jornalistas gostaram das nossas brincadeiras, mas nunca soubemos de nenhuma reclamação, pelo contrário, muitos diziam que gostavam.
O diretor do Casseta & Planeta Urgente, José Lavigne, também dirigia o Plantão. A gente gravava os quadros do Fantástico junto com os quadros do programa.
O Plantão Casseta & Planeta foi a nossa oportunidade de brincar com os fatos da semana, fazendo piadas com tudo que acontecia, brincando com as atualidades em cima do laço, o que era mais difícil num programa mensal. E se a gente já havia começado a fazer alguns personagens, o Plantão do Fantástico nos animou a entrar de vez no mundo dos personagens, reais e fictícios, o que foi uma viagem sem volta.
O Plantão Casseta & Planeta ficou no ar até 1997, quando a gente passou para semanal. Agora a gente ia aparecer todas as semanas na programação da Globo num programa só nosso. O Casseta & Planeta tomou conta das terças-feiras da TV Globo.

MEMÓRIAS – A ESTREIA DO CASSETA & PLANETA URGENTE

Em 1992 foi ao ar o primeiro Casseta & Planeta Urgente. O programa era mensal, fazia parte da Terça Nobre. Depois de um ano de experiência no Dóris para Maiores, agora tínhamos a responsabilidade de colocar um programa inteiro no ar. Eram 45 minutos de conteúdo. Uma puta responsa que encaramos numa boa. Não me lembro de ter ficado nervoso na estreia, mas deve ter rolado um friozinho na espinha.
Nessa fase de programa mensal nós levamos a fundo o lema “Jornalismo mentira, humorismo verdade”. Esse falso jornalismo que resolvemos fazer era uma maneira também de nos proteger, afinal era mais fácil fazer o papel de repórter, já que nós não éramos atores. O problema era que o repórter muitas vezes tinha que entrevistar um personagem que tinha que ser feito por um de nós, portanto não deu para fugir de virarmos atores. E fomos pegando esse traquejo.

Gravávamos bastante em externa, fazendo reportagens, buscando um lado mais maluco de vários temas. Também apostamos bastante em conversar com as pessoas na rua, no que chamávamos de “povo fala”. Tínhamos um jeito de abordar as pessoas, que nos permitia perguntar os maiores absurdos de uma maneira engraçada. Depois que ficamos mais conhecidos ficou ainda mais fácil abordar as pessoas na rua. Era só chegar perto que o pessoal já ria. Também apostamos em paródias da TV e paródias de musicas, que sempre gostamos de fazer. Nessa fase mensal ainda não brincávamos com as novelas da Globo, nem havia personagens fixos.
Nos dois primeiros anos o programa era ancorado pelo Katia Maranhão, que apresentava as matérias que a gente fazia na rua. A partir de 1994, a Maria Paula assumiu esse posto e acabou fazendo várias matérias junto com a gente. Era a oitava Casseta.
Como o povo começou a nos ver mais na TV, passamos a ser mais reconhecidos na rua. Mas naqueles tempos, a galera não sabia muito bem os nomes da gente. O único nome que as pessoas pegaram foi o do Bussunda, ou algo bem próximo, quase sempre chamavam de Buzunga, Burunga, Bussunga, Bundunga ou algo por aí. Os outros de nós ou eram chamados por essas variações de Bussunda ou então de Seu Casseta. Acabamos assumindo o Seu Casseta e passamos a nos chamar no programa desse jeito: Seu Casseta. Até hoje eu muitas vezes sou chamado de Seu Casseta.
Se fosse lançado nos dias de hoje o programa provavelmente não teria esse nome, dificilmente a palavra Casseta seria aceita. Mas eram outros tempos e foi bastante natural que o programa se chamasse Casseta & Planeta Urgente, afinal esse era o nome do grupo. Se quisermos fazer uma defesa bem tosca do nome, podemos dizer que o “casseta” do nosso nome é grafado com dois esses, ao contrário da caceta com significado mais chulo, que é com cê. Mas eu disse que a defesa era tosca. Mesmo assim, não me lembro de reclamações. E Casseta & Planeta passou a fazer parte da vida dos brasileiros, virou algo bastante natural, falado por todo mundo sem nenhuma objeção, qualquer avozinha conservadora falava Casseta sem enrubescer.
O Casseta & Planeta em sua fase mensal durou 6 anos, de 1992 a 1997. Até que recebemos uma proposta da Globo de virar semanal.

MEMÓRIAS – EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR

Em 1987, eu, Claudio Manoel e Bussunda dividíamos um apartamento, mas nossa parceria no aluguel estava por um fio. Eu trabalhava numa empresa séria (bem séria), a Price Waterhouse. Mas Claudio e Bussunda viviam de bicos. Por conta disso, quando chegava o boleto do aluguel, eu é que pagava. Durante o mês, os dois iam me pagando a parte deles, aos poucos, a conta-gotas. Mas o conta-gotas estava ficando entupido e as gotas não estavam rolando, a situação estava ficando complicada.
O telefonema do Claudio Paiva nos chamando para escrever para o TV Pirata chegou na hora certa em todos os sentidos, inclusive nessa questão do apartamento. Com a grana da TV Globo, pudemos continuar dividindo o apê, e mais do que isso, demos um upgrade. Entramos para a Globo e saímos de frente da Globo. Nos mudamos para uma cobertura em Copacabana.
Mas 1988 reservava ainda outro convite, além do TV Pirata. Um produtor musical, Paulinho Albuquerque, estava fazendo a programação de uma casa noturna, o JazzMania, que ficava no Arpoador. Pelo nome da casa, a programação era toda voltada ao jazz, mas o Paulinho queria que as segundas-feiras fossem diferentes. Ele era fã da Casseta Popular e do Planeta Diário e chamou os dois grupos para se juntarem e fazerem um show.
– Mas a gente escreve revista, nós não somos atores, não fazemos show. – Argumentamos.
– Vocês vão conseguir bolar alguma coisa. – O Paulinho nos convenceu.
Conversamos com a galera do Planeta e resolvemos fazer um show musical. Nós da Casseta , chamamos um amigo do Claudio, o Mu Chebabi, que era músico e começamos a compor uma músicas. Morando juntos, eu Claudio e Bussunda chamávamos o Mu e ficávamos fazendo música até altas horas. As vezes o Helio vinha também. A galera do Planeta também fez umas músicas, Madureira entre eles. Ainda juntamos alguns poucos esquetes e estava pronto o show. Daí vieram grandes clássicos do cancioneiro Casseta&Planetiano, como Mãe é mãe, Reggae da Jamaica, Pastor Josué, Surfista, Tô Tristão, Com tanta gente passando fome, Meu bem e outros.
Demos o nome do show de “Eu vou tirar você desse lugar”, que era o título de uma canção do Odair José. Por quê? Não me lembro, a gente achava legal o cara, que era brega e polêmico.
O Mu Chebabi arregimentou uma banda para nos acompanhar, ensaiamos bastaste e estreamos no Jazzmania com a cara e a coragem. O show estreou praticamente junto com o TV Pirata na TV. E para surpresa de muita gente, principalmente nós mesmo, o show deu muito certo. A gente não desafinava muito e o mais importante era a reação do público: as pessoas riam muito das nossas músicas e esquetes. O showzinho de segunda-feira começou a encher, logo já tinha fila na porta. Então uns caras famosos começaram a aparecer, tudo no boca a boca, que naquela época não tinha redes sociais.
O sucesso foi tanto que acabamos fazendo uma temporada no Teatro Ipanema, sempre com casa cheia. Dali fomos para o Canecão, que era a maior e mais importante casa de shows do Rio. Foi foda, um showzinho completamente sem pretensões acabou gerando um show na maior casa de shows do Rio. E mais ainda: acabou gerando um LP pela Warner, o Preto com um buraco no meio.
Tudo isso graças ao Paulinho Albuquerque, outro cara superimportante em nossa carreira, que acreditou mais na gente do que nós mesmos.