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PAPO DE BOTEQUIM

Os dois num bar, sentados frente a frente. Não se falam , de olho em seus celulares. De repente um dos dois se dá conta:
– Você já reparou que a gente está aqui há um tempão e não se falou nem um instante?
– Eu falei, te mandei uma mensagem.
– Estou falando de conversar, olho no olho.
– A gente pode se falar pelo Facetime.
– Não, sem o celular.
– Aaaah!

– Tá bom. 5 minutos sem celular. Topa?
– Beleza.
– Vamos falar de quê?
– Sei lá.
– Dá uma ideia de um assunto aí.
– Dá você.
– Que mensagens você estava trocando com seus amigos?
– Ah, eu estava perguntando se tinham visto a foto que eu postei no Instagram.
– Que foto?
– De você na minha frente mexendo no celular.
– Você tirou uma foto minha?
– Tirei. Achei engraçado você olhando direto pro celular.
– Eu não vi quando você tirou a foto.
– Claro que não , você não tira os olhos do celular.
– Tudo bem… e o que a galera comentou sobre a foto?
– Acharam engraçado a gente estar aqui sentado frente a frente sem se falar.
– Você também achou engraçado?
– Achei.
– E o que você disse pra eles?
– Ah, sei lá, disse que também estava achando engraçado.
– Tipo kkk , rarárá …
– Hashtag rialto
– Ri alto? Mas eu não escutei você rindo alto
– Eu ri alto por dentro, aqui no celular.
– Ah, então você estava rindo de mim na minha frente.
– Eu não estava rindo na sua frente, estava rindo no Facebook.
– Mas rindo de mim!
– Eu não estava rindo de você. Estava rindo da situação.
– Podia ter comentado isso comigo.
– Eu te mandei uma mensagem. Você é que não viu.
– Foi mal. Eu estava ocupado trocando umas mensagens com o meu grupo da faculdade.
– Estava ocupado falando o quê?
– Que eu não podia falar com eles porque estava aqui no bar com você.
– Mas você não estava falando comigo…
– Porque estava ocupado digitando pros meus amigos.
– E se você falasse comigo tipo… com a boca?
– É…


– Já passaram os 5 minutos?

MUDANÇAS NA PANDEMIA

A pandemia ainda não tem data para acabar , mas já dá para constatar que todas as previsões dos especialistas de várias áreas não se cumpriram. O ser humano não ficou mais solidário, nem menos egoísta, continuamos os mesmos, mas algumas coisas que já estavam acontecendo, aceleraram e outras que ninguém pensou, aconteceram:
– Fim dos ferros de passar – Ninguém mais passa as roupas. O ferro de passar em pouco tempo será uma relíquia que ninguém mais vai saber pra que serve.- Dinheiro – Lá fora uso do dinheiro vivo já estava em declínio antes da pandemia, e com as pessoas ficando em casa por conta do vírus, comprando tudo pela internet , as notas de papel foram ainda menos usadas. Só turista brasileiro pagava tudo com dinheiro no exterior e sem brazucas viajando, as notas escassearam de vez. No Brasil o caso é outro , já que aqui, dinheiro vivo em malas ou cuecas parece que nunca vai sair de moda.
– O fim das calças sociais – Com a proliferação de reuniões e encontros virtuais, a necessidade de se colocar calças para acompanhar os ternos e gravatas se tornou completamente desnecessária.
– Moletons – Ao contrário das calças sociais, as calças de moletom entraram em alta, tudo se faz com elas. Não duvido nada que assim que os trabalhos voltarem a ser presenciais, as pessoas continuem a usá-las na parte de baixo, mesmo que super vestidas da cintura para cima.
– Sapatos – Muitas gente desaprendeu a usar sapatos e quando precisou calçar um par de sapatos , ficou cheio de calos, com os pés clamando pela sandália companheira de toda a pandemia.
– Novas palavras – Em toda crise algumas palavras saem das sombras e tomam as ruas. Foi o caso de quarentena, lockdown, live ou cloroquina. E outras que a gente ouvia, acaba tendo um significado diferente. Protocolo antes da pandemia era só aquele número enorme que nos davam quando a gente ligava para pedir algum serviço. Agora o tratamento tem protocolo, o atendimento tem protocolo, tudo tem protocolo e não é um número gigante. Outra palavra que está sendo muito usada é variante. Tem variante alfa, beta, gama e de outras letras gregas. Para mim, até a pandemia variante era isso:

CONVERSA NO CELULAR

ESSE TEXTO FAZ PARTE DO MEU E-BOOK “RINDO NAS REDES SOCIAIS”:

Eu estava na fila do caixa eletrônico, quando chegou uma moça colada em seu celular, conversando em altos brados. Como a fila era grande e lenta, eu e todos os integrantes da fila fomos obrigados a escutar a conversa da moça, ou pelo menos o seu lado da conversa. A moça gritava impropérios, acusando uma amiga de ser metida a besta, porque passou por ela e não a cumprimentou direito. Depois de uns cinco minutos acompanhando, resolvi dar o meu palpite:
– Acho que você está sendo injusta com a sua amiga – falei.
A moça do celular estranhou. Mas continuou sua conversa no celular. Repeti:
– Eu acho que você tá sendo injusta com a sua amiga.
– Você tá falando comigo? – ela me perguntou.
– Estou. Estou dando a minha opinião sobre o assunto.
– Como assim? Por que o senhor acha que pode entrar assim nos meus assuntos particulares?
– Porque eu estou aqui há um tempão escutando a sua conversa e tenho o direito de participar também.
– Não! O senhor não pode participar da minha conversa. É assunto particular.
– Nesse volume que a senhora está falando , a sua conversa não pode ser particular, ela é pública.
– A minha conversa não é pública, é particular.
– Claro que é pública. Eu já sei que a sua amiga é metida a besta , que ela está gorda, que não sabe se vestir, sei até que o marido dela é corno.
– Eu não disse isso, eu disse que acho que ele é corno – ela percebeu que estava me dando conversa e voltou a atacar – o senhor não tem nada a ver com isso!
– Eu não tinha nada a ver com isso, mas como a senhora está aí falando alto tudo isso sobre a sua amiga , eu já me considero íntimo dela, e quero dar o meu palpite. Aliás , eu só não, todo mundo aqui na fila quer participar, não é gente?
– Éééé! – As pessoas da fila responderam fazendo um corinho.
Uma senhora que estava atrás de mim se animou:
– Eu não concordo com ele. – apontou pra mim.
– Tá vendo. – A moça do celular falou – Nem todo mundo é como o senhor. Ela sabe que a minha conversa é particular.
– Não, com isso eu concordo com ele, a gente já está sabendo de tudo da vida da sua amiga. O que eu não concordo é que eu acho que você está sendo justíssima, amiga besta tem que ser maltratada mesmo.
– Eu não acredito ! – A moça resolveu voltar a falar com a interlocutora no telefone, fingindo que não era com ela – Você acredita que as pessoas aqui da fila querem dar palpite na nossa conversa?
A interlocutora do outro lado falou alguma coisa.
– O que ela acha? – Eu perguntei.
– Não interessa! – A moça respondeu ríspida.
– Claro que interessa! Nós queremos participar da conversa também.
– É, a senhora não está sendo democrática, mocinha! – Foi uma outra senhora da fila que falou.
– É verdade. Coloca a sua amiga no viva-voz senão a gente não consegue participar direito da conversa.- Um rapaz propôs.
Todos concordaram e começaram um corinho:
– Viva-voz! Viva-voz! Viva-voz!
Desta vez a moça não respondeu. Nem colocou seu celular no viva-voz para atender aos pedidos do povo da fila. Ela simplesmente desistiu da fila do caixa eletrônico e foi embora. Sem desligar o celular, é claro.

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RECADO PARA OS ANTIVACINA

Mesmo as vacinas comprovando a sua eficácia pelo mundo, um monte de gente não quer ser imunizado. Os antivacina argumentam um monte de coisas, desde a liberdade individual até a possibilidade de as vacinas implantarem chips no corpo ou fazer a pessoa virar jacaré. O que eu não entendo nessa galera que é contra a ciência é porque a lógica das vacinas não vale para tudo. Se você é um negacionista que não quer tomar vacina, por que continua a usar…

Óculos – Você sabe como são produzidas as lentes? Quem te garante que o produtor não é um comunista que quer fazer você enxergar o que ele quer? Além disso, a possibilidade de as armações dos óculos tenham escondido um chip para produzir imagens falsas é enorme. Sema falar que a palavra já traz embutida a sua ideia diabólica: armação! Eu se fosse vocês, não usava óculos.

Remédios – Não toma vacina e continua tomando remédios? Para onde foi a sua coerência? Você sabe onde e como foram fabricados os remédios que o médico te prescreveu? Eles podem fazer muito mais mal do que uma vacina. Um remédio capaz de curar uma dor de cabeça, pode fazer qualquer coisa com a cabeça da pessoa! Eu se fosse vocês, não tomava remédios.

Carros – Os carros de hoje em dia não têm só componentes mecânicos, mas também centenas de chips. E você sabe o que esses chips fazem? E se algum deles consegue acessar o seu cérebro e começa a te manipular assim que você acelera o carro? Eu se fosse vocês, não andava de carro.

GPS – Como é que você, um antivacina, vai confiar em um sistema que é baseado no fato de que a terra não é plana? Pois um GPS globalista, comunista e mal-intencionado pode te levar a lugares que você não quer ir. Pode te levar até para a China sem você perceber! Eu se fosse vocês, não usava GPS.

Por que quem não toma vacina por opção continua a usar celular, computador, avião, internet, Twitter, Tiktok, fone de ouvido? Que gente mais manipulável!

PENSANDO FORA DA CAIXA

Existem algumas expressões que estão na moda. Outras que não saem de moda. Outras que são queridinhas de coaches e palestreiros. Entenda o real significado das expressões mais em uso, quando elas são ditas em determinadas situações:

“É preciso pensar fora da caixa”- Quando um deputado do Centrão diz ao outro para pensar fora da caixa, ele só está avisando que na próxima votação não tem caixinha, tem que pensar para votar.

“Tem que sair da zona do conforto” – Quando a mãe do adolescente diz que ele tem que sair da zona de conforto ela só está mandando ele arrumar o seu quarto.

“Nunca desista dos seus sonhos” – É que diz o médico quando prescreve um remédio para curar a insônia do paciente.

“Não sabendo que era impossível foi lá e fez” – Disse o detento depois de ser preso ao tentar roubar um banco usando apenas uma faca de cozinha.

“A vida é feita de escolhas” – Foi o que disse o inventor da pizza com borda de coxinha.

“Em toda crise há uma oportunidade” – Foi o que disse a mulher para o marido, apontando para a pia lotada de louças sujas.

“Samba , suor e cerveja” – Quando perguntaram ao velho roqueiro bebedor de cachaça porque ele foi embora cedo do pagode, ele respondeu: É porque ali só tinha samba, suor e cerveja”.

NOVAS PALAVRAS NOVAS

Cringe é a última palavra em matéria de novas palavras. Fez tanto sucesso, foi tão falada que já deu no saco e já ficou até velha.
Nos tempos de hoje acontece tanta coisa, que novas palavras são necessárias a cada instante. Vão aí algumas sugestões de novas palavras para o uso cotidiano:
CPIHHHH – Quando a CPI começa a dar merda.
GENOSUICIDA – O cara que aposta no negacionismo e acaba se dando mal por conta disso.
DEPOMENTE – O cara que vai depor na CPI e mente direto.
AIP- ALMOST IMPORTANT PERSON – Aquelas pessoas que querem se aproveitar de algum evento especial para ficar importantes, mas só conseguem andar meio caminho.
CELEBRIMALAS INSTANTÂNEAS – ex-BBBs, modelos e atrizes, ex-galera de Malhação, etc…
COVA-SIM – A vacina preferida do presidente.
INFLAFLUENCIADOR DIGITAL – O cara que joga em um dos lados do Fla x Flu das discussões políticas.
CRONJE – O conje que é cringe.

FAKE OLDS

As fake-news mais famosas do mercado atualmente não são mais news há um tempão, mas os seus divulgadores continuam repetindo como se fossem. Na maioria dos casos , as fake-news já são antigas, já deveriam ser chamadas de fake-olds ou fake-very-olds ou fake-almost-deads!
Por exemplo, já se sabe desde meados do ano passado que a cloroquina não tem efeito nenhum para quem tem covid, mas os cloroquiners continuam repetindo que ela funciona. Para se contrapor, a galera grita que isso é fake-news. Fake-news nada! Fake-news é uma expressão muito bonitinha para tamanha mentira. O certo é dizer que é um mentira da braba! Que é sacanagem, invenção, caô, negacionismo! Escolha a sua expressão.
As Fake-news só mereceriam esse nome quando são lançadas, quando ainda fingem que são notícias, no caso falsas. Depois que elas são repetidas milhares de vezes pelos bot e replicadores de plantão, elas já não são mais news, passam a ser única e exclusivamente Mentiras!
Essa expressão importada, fake-news, é uma das maiores fake-news já criadas. Apenas uma maneira perfumada de dizer que algo é uma tremenda mentira. Se for o caso de a expressão continuar sendo em inglês para tentar manter o seu status, seria melhor passar a chamá-las de Fucking-lies.
Portanto, chega de Fucking-lies!

MOTOCIATAS E MOTOMINIONS

Não sei andar de moto. Nunca soube, nem tive vontade de aprender. Mas fora não concordar com a existência da tal terceira pista de trânsito, aquela que os motociclistas usam no meio das pistas dos carros, de maneira geral não tenho nada contra as motos.
As motos no Brasil são muito populares. É um transporte barato e rápido, principalmente depois do advento da pista exclusiva de motos. O crescimento do mercado de entregas aumentou ainda mais a quantidade de motos que vemos o dia inteiro nas ruas. Ter uma moto no Brasil é uma maneira de se livrar do transporte público. E também uma boa possibilidade de descolar um trocado fazendo delivery.
Mas nas motociatas a favor do Bolsonaro, surgiram para mim duas novidades:
A palavra Motociata, que eu nunca tinha ouvido; e a existência de Motominions, uma categoria que eu não sabia que existia.
Eu entendo que motociata é uma versão motociclística da passeata e da carreata. Só não entendo porque a motociata não se chama motocEata. Sendo uma manifestação política, também poderia ser chamada de motofestação? Ou ainda melhor: motoInfestação? E também não entendo porque numa motociata as motos andam nas pistas dos carros e não na sua pista exclusiva.
Já os motominions me deixam perplexo. Os motociclistas que vão às motociatas não são entregadores de Ifood. Aquilo não é um enorme mutirão de entrega do Rappi. Ali todo mundo é bolsonarista de carteirinha. Além de gostarem de andar armados, ser terraplanistas e não acreditarem em vacinas, os bolsonaristas também são motoqueiros. Se você é bolsominion e não tem moto, se cuida, você está fraquejando e o seu próximo passo pode ser assistir a Globolixo.
Mas a principal coisa que não entendo nas motociatas é porque os motominions não se incomodam de usar capacetes, aquele trambolho enorme que aperta a cabeça, mas acham que usar máscara incomoda. Quem sabe se disséssemos a eles que a máscara é como se fosse o capacete da covid, eles entendessem e passassem a usar?