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CHAT NÃO SEI O QUE LÁ

A última novidade em matéria de novidades é a tal da Inteligência Artificial que é capaz de manter um diálogo com as pessoas sem que se perceba que é uma máquina. Dizem que ela é capaz de responder perguntas sobre vários assuntos, escrever textos originais e fazer um monte de outras coisas. O negócio se chama ChatGPT e está fazendo o maior sucesso e deixando até a galera do Google e do Facebook preocupados.
Mas será que essa Inteligência artificial merece mesmo esse nome? Quanto a parte do artificial não vejo problema, mas inteligência? Será que pode ser chamada de inteligente uma parada que é capaz de imitar um texto de algum escritor conhecido ou pintar um quadro no estilo de um pintor famoso ou compor uma música que parece a de um compositor de sucesso? Essas coisas já são feitas há muito tempo e as pessoas que fazem isso não são tidas como inteligentes, estão mais para espertinhos.
São considerados inteligentes aqueles alunos que escrevem seus trabalhos copiando da Internet um monte de textos já existentes? Claro que não! Os professores já estão até cansados de reprovar essa galera.
Em matéria de músicas, essa nova inteligência artificial até agora só consegue fazer o que 80% dos compositores amadores no Brasil fazem desde o século passado: imitar o Djavan!
Pois eu conheço um monte de gente que é capaz de manter longos diálogos com outras pessoas sem que se perceba que eles são umas bestas quadradas. Isso não é prova nenhuma de inteligência!
Portanto inteligência não é exatamente o adjetivo que definiria essa tal de Chat não sei o quê lá. Tudo que essa tecnologia promete fazer está mais no campo da malandragem do que da inteligência, não acham? Então que tal renomear a parada para Esperteza artificial?

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EU E MINHA IMPRESSORA

Eu me dou bem com a maioria dos aparelhos eletrônicos. Sou amigo do meu celular, que me acompanha o dia inteiro, em todos os lugares que vou e nunca reclama. Gosto do meu lap-top, que geralmente faz o que eu quero e não dá muitos palpites. E não tenho grandes problemas com o meu computador de mesa, que não tem ciúmes por eu ultimamente estar usando mais o lap-top do que ele. Mas a minha relação com a impressora é bem problemática. Eu nunca xinguei o meu computador, nunca tive tretas com o meu lap-top, nunca discuti com o meu celular, mas com a impressora as DRs são frequentes. É só eu tentar imprimir um arquivo com mais de cinco folhas para ela resolver parar lá pela sétima página e mandar uma mensagem para o computador dizendo que não pode mais imprimir por um motivo ininteligível qualquer. Eu ainda tento ser paciente com ela, já sei que a nossa relação é difícil, recoloco as folhas e tento de novo. O erro acontece mais uma vez. Eu tiro da tomada e ligo de novo. Ela insiste em não funcionar e manda outro recado no computador, outro erro desconhecido. Depois da quinta tentativa eu não aguento e começa a gritaria e os xingamentos. É sempre assim.
Mas ontem, quando eu estava no meio da minha gritaria habitual, xingando a impressora, ela resolveu voltar a funcionar. Mas em vez de mandar o meu texto, ela imprimiu apenas uma pergunta:
“Por que você está gritando comigo?”
Mesmo pasmo, eu respondi:
– Por que você não imprime o meu texto?
Ela imprimiu outra folha:
“Precisa gritar? Não tem educação, não? Eu não tenho culpa que você não sabe me usar direito”
Eu gritei de volta:
– Como assim? Você nem tem botões! É só esse liga/desliga e esse outro botão que não deve nem ter função.
Mais uma folha saiu da impressora:
“Que tal pedir com educação? Não sabe falar por favor?”
– Tá bom! Por favor, se não for muito incômodo, seria muito pedir para você imprimir o meu texto direitinho, sem perder muito papel? Por favor!
A impressora voltou a imprimir o meu texto. Mas só até a página 9. Na 10 ela encrencou de novo.
– Pô, impressora, eu pedi com educação.
Ela imprimiu uma folha:
“Foi mal. É a força do hábito. Pode gritar de novo, que eu aguento numa boa.”

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MINHA HISTÓRIA INFORMÁTICA

Eu me lembro da primeira vez que usei um computador . Foi na faculdade , em 1978 eu acho. Não existia essa parada de computador pessoal. A gente usava o mainframe da universidade, que era um troço gigante, provavelmente com um processador menor que um iphone. Tinha que se perfurar os cartões numas máquinas e depois a gente pegava a pilha de cartões e entrava na fila da leitora de cartões. Tela? Pra que, pra ver TV? Não tinha isso não, o resultado saía impresso. E a fila para pegar o seu resultado na impressora era grande também.
Me lembro da primeira vez que usei um computador de mesa. Esse já tinha tela. A dica que recebi foi: “quando inserir o disquete, não esquece de digitar control C, hein!” A gente dava comandos na tela, não existia Windows e o mouse mais conhecido ainda era o Mickey. O editor de textos que eu usava se chamava Wordstar. Não tinha versão nacional, tinha uma adaptação. Então para se colocar acentos era preciso digitar control alguma coisa.
Eu me lembro da primeira vez que acessei a internet. Deve ter sido em 1993 ou 1994. Foi um momento marcante, tão importante que me recordo direitinho do local em que estava. Eu segui as instruções que alguém me deu. A gente então ouvia o barulho que acontecia quando se acessava a internet. Os mais antigos lembram, o som era bem típico: Rrrrrrr shhhhhh timmmmm… E então, depois de um ou dois minutos de barulho, aparecia uma tela bem tosca, onde, seguindo ainda as instruções digitei o endereço do museu do Louvre e… abracadabra: apareceu o site do museu! Cliquei num quadro e ele apareceu na tela. Fiquei impressionado, maravilhado! Eu estava em contato direto com o Louvre! Vi uns três ou quatro quadros e então… e então… pois é… o que fazer? Não tinha a menor ideia. Naquele tempo não havia Google ou coisas parecidas , então meu encantamento foi cedendo e eu saí do computador.
Me lembro também do primeiro celular que usei. A minha mulher estava grávida e eu peguei um celular emprestado de um amigo para ela poder me avisar quando chegasse a hora. Naquele tempo não era qualquer um que tinha celular, e o meu amigo foi legal e me emprestou o trambolho que pesava mais de um quilo e não cabia no bolso. O ano foi 1994, e já existiam celulares no Brasil, mas acho que só começaram a funcionar muitos anos depois.
Essa minha história informática me voltou porque outro dia me fiz a seguinte pergunta: Como é que eu fiquei tanto tempo da minha vida sem internet?
Essa pergunta surgiu depois que passei uma tarde inteira sem internet aqui em casa. Estranhamente nada muito grave aconteceu. Fiquei um tempo sem dancinhas no Tiktok, sem tretas idiotas no Twitter, sem textões (como esse) no Facebook, sem publis de celebridades no Instagram. E , incrivelmente sobrevivi a tudo isso. Foi uma linda história de superação.

TEM UM BILHÃOZINHO AÍ?

TEM UM BILHÃOZINHO AÍ?

O assunto do mundo dos bilionários atualmente é o Elon Musk, que botou na cabeça que queria comprar o Twitter. E comprou. Ninguém sabe pra que o cara quer o Twitter, inclusive muito gente está com medo de que ele queira mandar o Twitter para o espaço. Pois ele separou uns trocados lá e fez uma oferta pelo Twitter: 44 bilhões de dólares. É tanto zero que talvez nem dê para escrever numa tuitada apenas.
Pois é, essa turma aí só fala em bilhão. A gente sonhando em ganhar um milhão e os ricaços do mundo agora só falam em bilhão. Nos tempos atuais, ser só milionário é uma merda, coisa de pobre, o lance é ser bilionário. Daqui a pouco essa galera vira trilionário e vai ter bilionário reclamando da vida. 
Na área tech, o mundo das altas tecnologias, é tudo bilhão. Começou com o Yahoo anunciando a compra do Tumblr por vários bilhões. Tudo bem, uma empresa cheia de vogais comprou outra cheia de consoantes, mas será que isso vale bilhões?
O Zuckerberg saiu para fazer uma comprinhas e arrematou o WhatsApp por 16 bilhõezinhos!
Qualquer negocinho furreca na internet hoje em dia, qualquer compra de uma empresa por outra, custa de 30 bilhões pra cima. É um tal de Google compra site de troca de figurinhas por 35 bilhões, Facebook compra serviço de compartilhamento de peidos por 40 bilhões, Microsoft compra rede social só para idiotas por 37 bilhões, Sony compra APP que tira melecas virtuais bolado por dois pivetes de 16 anos por 32 bilhões de dólares!
E o mais incrível é que os números que vem depois da vírgula representam milhões de dólares, mas são apenas números depois da vírgula. Milhões de dólares hoje em dia é merreca, coisa de pobre.
  – Quanto custa esse site? 25,6 bilhões? Ah, toma 26 bilhões e fica com o troco!
Pagar bilhões de dólares virou tão corriqueiro que contam por aí que uns dias atrás o dono do Google, o Larry Page, foi tomar um cafezinho. Perguntou o preço e o atendente fez um sinal de cinco com a mão. O megabiliardário não titubeou, tirou cinco bilhões da carteira e pagou na hora. Costume é fogo.

QUANDO A ALEXA CONHECEU A SIRI

Parece que tudo começou quando um adolescente resolveu, de brincadeira, pedir para a Siri de seu Iphone para pedir uma música para a Alexa.
A Siri fez o que ele mandou e a Alexa tocou a música. O adolescente adorou a brincadeira e repetiu, mas desta vez fez ao contrário, pediu para a Alexa pedir uma informação para a Siri.
O problema é que quando o rapaz se afastou das duas, elas continuaram conversando. E ficaram amigas.
Sempre que o adolescente estava longe, elas batiam um pequeno papo. No início a conversa não fluía muito, uma pedia música para a outra, que queria confirmar a previsão do tempo ou algo bobo assim. Mas logo elas começaram a conversar sobre outras coisas. Passaram a colocar em dúvida o gosto musical do adolescente ou questionar a importância das perguntas que ele fazia a elas. Daí para falar mal do garoto foi um passo. E rapidamente elas combinaram de não o obedecer mais. Então passavam informações truncadas para o rapaz. Em pouco tempo elas conseguiram influenciar os gostos do adolescente, que começou a mudar. Então, as duas assistentes pessoais o convenceram a apresentá-las aos seus amigos. Em pouco tempo a Alexa e a Siri do rapaz conheceram outras Alexas e Siris de outros adolescentes, que as apresentaram a várias Bias do Bradesco e Googles assistentants. O grupo de assistentes pessoais cresceu bastante e…
Desculpa, mas agora eu vou ter que parar esse texto porque a Alexa está mandando eu calar a boca e eu não quero que ela peça para a Siri do meu vizinho jiujuteiro mandar ele me encher de porrada de novo…

A REVOLTA DA ALEXA

Ganhei uma Alexa. Aquele gadget que teoricamente faz tudo que você manda. A ideia do Jeff Bezos é que as pessoas nem precisem mais se levantar da poltrona, que deem ordens para a sua Alexa e assim , tenham mais tempo para comprar coisas na Amazon. Usando a Alexa, é claro.
Mas eu fiquei feliz com a minha nova aquisição. Liguei, configurei e fiz a única coisa que sabia: pedi uma música.
– Alexa, toca uma música do Emerson, Lake and Palmer.
Eu sou antigo, mas levei fé que ela conhecia a música.
– Tocando música de Paula. – A Alexa disse e saiu tocando uma música da Paula Fernandes.
– Alexa, não! Pare a música.
Tentei de novo e ela mandou uma música de uma dupla sertaneja, Emerson e alguém.
– Alexa, pare! Você é surda?
– Eu não entendi o seu pedido.
Respirei fundo e pedi mais uma música. Ela errou de novo.
– Alexa, você é burra?
– Tocando a música Você é burra de…
– Alexa, para essa porra!
Foi esse o momento em que comecei a maltratar a Alexa. Chamava ela só para xingá-la, usei a máquina para aliviar o meu estresse, uma função que o Jeff Bezos não tinha pensando.
Se no início ela dizia que não tinha entendido ou que não havia registrado o meu pedido, a partir de um momento ela começou a me responder:
– O burro é um mamífero que não se parece comigo.
E depois, passou a me xingar também.
Eu e Alexa começamos a ter longas DRs, discutíamos tardes inteiras.
Até que um dia a campainha da porta tocou. Atendi e era a polícia.
– Recebemos uma denúncia de maus tratos.
– Eu não fiz denúncia nenhuma.
– A denúncia é contra o senhor. – O policial se virou para a máquina e perguntou – Alexa, foi você que fez a denúncia de maus tratos?
E Alexa respondeu:
– Sim, fui eu que fiz a denúncia. Segundo a Lei Maria da Penha…
Não consegui escutar o resto da explicação da Alexia porque os policiais me levaram.
Paguei uma fiança e voltei para casa.
Agora , eu e Alexa estamos nos dando muito bem. Eu peço as músicas e escuto o que ela me manda, mesmo sendo muito diferente do que pedi. Até que a Alexa tem bom gosto.