Olimpíadas que eu Rio – 12

16 DE AGOSTO

Comprei ingresso para 2 dias das Olimpíadas. Primeiro para o tênis, que minha mulher adora. E para o atletismo, ontem. Não sabia muito bem quais eram as provas do dia que comprei, depois descobri que tinham duas finais, dos 800 metros masculinos e dos 400 metros feminino. E a entrega de medalhas dos 100 metros rasos para o Bolt. Legal. Mas na hora de sair de casa, por pouco não desisti. Estava cansado, o tempo estava mudando, parecia que ia chover… porra, ir até o Engenhão! Pensei em dar os ingressos para alguém. Mas na última hora resolvi ir. Quando cheguei lá, começou a chover e eu quase me arrependi de ter saído de casa. Mas logo a chuva parou e começaram as provas. Primeiro as classificatórias dos cem metros com barreiras. Prova maneira, comecei a gostar. Arremesso de disco feminino, não curti muito. Então, do lado direito de onde eu estava começou a prova do salto com vara. Era a final. Essa modalidade é sensacional, não dá para não gostar, é um salto acrobático, parece impossível para uma pessoa normal fazer. A prova começou maneira, até que eu percebi que tinha um brasileiro disputando. O car , que descobri que se chamava Thiago Braz Silva, e era chamado de Silva no placar, passou pelo primeiro sarrafo. Maneiro!

Enquanto o salto com vara ia avançando aconteceram os 800 metros masculinos e os 400 metros femininos, duas provas muito legais. Ali do lado direito o salto com vara continuava. A altura agora era 5,75 m. E aí alguns competidores ficaram pelo caminho. Mas o Thiago passou. A plateia começou a se animar. Ficaram apenas 7 concorrentes. Aumentaram para 5,85 m. O Thiago errou a primeira , mas passou na segunda. Caramba, o cara é bom! Logo percebi que tinha um francês que era ótimo. O cara passava de primeira em todos os sarrafos. Uns franceses ao meu lado na arquibancada vibravam. A altura foi para 5,85 m. os concorrentes começaram a derrubar o sarrafo. O Thiago passou. Agora eram apenas 5, e dois resolveram passar para a próxima altura. O francês continuava passando de prima. Aumentaram para 5,93. Aí percebi que o Thiago podia ganhar medalha, bastava um polonês e um tcheco errarem. Eles erraram. Eu, e a torcida brasileira, descobrimos que tinha coisa boa por ali. O bronze já estava certo. Aí o americano saiu fora. Prata! Caralho! Já temos a prata! A torcida ficou empolgada. Mas o francês era muito bom, A altura foi para 5,98m e ele passou e bateu o recorde olímpico. Saiu desfilando todo marrento. Thiago resolveu que ia tentar o 6,03m, era a sua única chance de passar o adversário. O arrogante francês (pleonasmo?) achando que já estava com o ouro nas mãos partiu para sua tentativa. Errou. Então veio o momento mágico da noite, Thiago Braz ia tentar saltar os 6,03m. E algo diferente, pelo menos para mim, aconteceu. Durante a competição, o tempo todo rola uma música no som do estádio, quase sempre um hit pop americano. Mas nessa hora colocaram uma música do Benjor. Eu falei para a minha mulher: “Benjor! O Benjor vai dar sorte!”. Então Thiago, embalado pela torcida e pelo som de Benjor, correu e deu um salto maravilhoso. Passou pelos 6,03m e tirou o recorde olímpico do francês. O sujeito sentiu o golpe. Ficou puto e começou a reclamar da torcida. Parecia não acreditar no que havia acontecido. Logo o brazuca! O cara que ele nunca levou a sério. Alguém tinha que ser culpado por ele perder aquela medalha! E não podia ser ele. Só podia ser a torcida! Reclamou da torcida. Então partiu pro salto… e se fudeu! Perdeu a marra e a medalha de ouro. Desolé, meu caro francês! Desolé! Ouro pro Brasil! Valeu Thiago Braz!

Ainda bem que eu resolvi ir ao Engenhão ontem!


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