EMPESSEGAMENTO

Impeachment é mais uma daquelas palavras que a gente fala direto em inglês, sem traduzir. Acho que essa ela apareceu para as pessoas comuns na época do Collor, quando até se deve ter pensado em traduzir, mas não dava para perder tempo com isso, então ficou impeachment mesmo.
Provavelmente alguém pensou em dar uma aportuguesada na palavra, escrevendo empichamento, mas talvez tenham concluído que assim ficaria muito perto do verbo pichar, o que pegava mal. Apesar de que o impeachment normalmente acontece quando o nível de pichação ou empichamento cresce a um nível tal que não dá mais para segurar e só o impeachment resolve.
Uma tradução para Impeachment seria Impedimento. O impedimento na política, assim como no futebol, é sempre polêmico. No caso do futebol, há um bandeirinha, que está lá só para assinalar o impedimento. Além do VAR, com suas linhas azuis e vermelhas. Mas a decisão final é sempre do juiz.
Na política brasileira, quem está nesse papel de dizer se vai ou não ter um processo de impeachment é o presidente do Congresso, que torce para o time do presidente e não marca impedimento nunca. Não adianta o bandeirinha levantar a bandeira, nem o VAR avisar, que o juiz não liga, ele não está nem aí.
Impeachment também poderia ser traduzido como empessegamento, já que peach é pêssego em inglês. O presidente do Congresso está sentado em cima de 120 pedidos de empessegamento. Todos esses pêssegos já devem estar podres e, portanto, já sujaram bastante os fundos das calças do presidente do Congresso, mas ele não faz nenhuma menção de que vai se levantar para trocar as calças.
Enquanto isso, o presidente vai cada vez mais virando um pêssego, ou seja, já não tem mais capacidade de governar. Apesar de que, em alguns casos, um pêssego seria melhor na presidência do que essa figura que ocupa o cargo. O pêssego pelo menos não afronta os outros poderes.

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